quarta-feira, 21 de maio de 2008

Bilhete


Bilhete


Se tu me amas,ama-me baixinho.

Não o grites de cima dos telhados,

deixa em paz os passarinhos.

Deixa em paz a mim!

Se me queres, enfim,

...tem de ser bem devagarinho,

...amada,

...que a vida é breve,

...e o amor

...mais breve ainda.


--

Mario Quintana

Com que...?


Com que...?

Com que direito me arromba os pensamentos?
Foi, e ainda é assim.
Me toma durante as tardes, as noites e agora também as manhãs.
Invade meus sonhos e nele penetra sem pedir licença.
Me corrói o peito e me lança no mais escuro abismo de incertezas.
Me sufoca a alma e me enche os olhos de lágrimas, corridas uma a uma, como quem conta as estrelas.
Me tira a paz de espírito e o sossêgo diário.
Me trava o sorriso e muda minha feição.
Meus pensamentos não são meus.
Com que direito me arromba os pensamentos?

--
Carolina Martinez

terça-feira, 13 de maio de 2008

Meu mundo


Quando criança decidiu que inventaria seu mundo.
E assim segue com olhinhos sorridentes.

quarta-feira, 7 de maio de 2008


Saber Viver


Não sei... Se a vida é curta

Ou longa demais pra nós,

Mas sei que nada

do que vivemos Tem sentido,

se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:

Colo que acolhe,

Braço que envolve,

Palavra que conforta,

Silêncio que respeita,

Alegria que contagia,

Lágrima que corre,

Olhar que acaricia,

Desejo que sacia,

Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,

É o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela

Não seja nem curta,

Nem longa demais,

Mas que seja intensa,

Verdadeira, pura...

Enquanto durar

--
Cora Coralina




Caracol


Caracol


Parece cora Caracol ralina

Carol, Carolina...

Cara Carolina,

Corada Coralina.

Cora menina.

--
Lívia Maria




Colar de Carolina


Com seu colar de coral,

Carolina

corre por entre as colunas

da colina.

O colar de Carolina

colore o colo de cal,

torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor

do colar de Carolina,

põe coroas de coral

nas colunas da colina.

--
Cecilia Meireles



terça-feira, 6 de maio de 2008

Cas (u) al


Cas (u) al


Pontual. É essa a primeira palavra que surge no dia. O relógio canta às 7horas em ponto.
Ainda é cedo, a cama está quentinha. O cheiro de café já invadiu o quarto. Ele saiu, foi até a padaria da esquina. Sabe que ela gosta de pão quentinho pela manhã. A fila está grande, ele demora, enquanto isso ela toma seu banho matinal.
Ele adora mima-la, ela nem tanto, mas gosta do pãozinho. Ele chega, ela sai do banho. Ela se veste, ele abre o jornal.
O pão está em cima da mesa, ela amarra as sandálias. Ela adora sandálias baixas que lhe causam conforto durante o dia. Ele prefere tênis, ela gosta assim. Ela sai do quarto. Ele está à mesa, suco para ele, café para ela, frutas para ele, pãozinho para ela. Eles se olham. Ela pergunta sobre as manchetes do jornal. Ele fala que o Palmeiras é campeão. Ela se irrita. Ele ri, ela mastiga. Ela olha pela janela, há uma garoa fina. Beijo na testa. Ele olha o relógio. Pontual.

Mu (n) do


Mu (n) do


Eu não sei não
Mas o mundo não anda bão
É todo dia uma noticía
É todo dia um furucão


Feche a mente
Abre os olhos
Desse jeito não tem jeito


Tudo é tão complicado
E eu já estou até cansado
De viver nesse mundo
Nesse mundo de ilusão
--
Carolina



Hai(cai)


Hai(cai)


Fácil de fazer
Dificil de entender
Pegue um papel e tente escrever

Cai aqui um Haicai pra mim.


--
Carolina

Soneto do (Des) Compasso


Soneto do (Des) Compasso

Que nada acontece por acaso
A vida é curta e passageira
Vai ser sempre mais um passo
Nessa existência ligeira

Ela nos impõe seu compasso
Tirando onda no bailado
E o ser humano sempre desritmado

Um dia nos ensina
No outro nos boicota
Será a nossa sina?
Ou será a nossa rota?

Quem me derá ter o dom
Talvez até o tenha
Apenas uma poesia verdadeira.
--
Carolina

Caracolina



Caracolina

Como pode estar dentro e fora.
Fora do outro, fora do forro
fora do mundo
Assim num segundo.

Corre, grita e rodopia
Não liga pro relógio
Chama pra pista

Penteia o cabelo
Amarra o cachecol
Passa batom
Quando vê virou caracol

--
Carolina

Nós


Nós

O sorriso é um nó na garganta
O vento é apenas um alento
O choro é a ânsia de quem ama
E este é apenas um lamento

Afrouxa o nó do peito, menina
Feche as portas para o vento
Só não mude o seu jeito

Não acredito no que dizem
Um dia o que é dado é tomado
Prezo mais pelos que não existem
Quem manda ser desleixado

--
Carolina