terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Faraway


De longe ele era o que ela desejava. Por algum motivo que ela própria desconhecia, algo os ligava. Mas ela sabia, sabia que não era ele, que nunca foi, que não poderia ser, ela era maior, tinha um mundo grande e colorido.
Ela tinha que entender sozinha, ninguém iria ajuda-la, ninguém nem poderia.
Tudo o que conhecia até então era tão pequeno, buscou nos caderninhos de poesia, guardados no fundo da gaveta, procurou algo que a remetesse aquilo, aquela melancolia com pitadas de desejo e nada encontrou. Encontrou esboços de amores efêmeros, bilhetes apaixonados, flores secas e nada da melancolia, era tudo tão bonito, tão colorido. Lembrou que aquilo sim a fazia feliz, ele era incapaz de tal proeza. Devolveu os cadernos e por um instante sentiu uma nostalgia a pegar pelo braço. De longe ele era o que ela desejava.

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